'Nem sei chegar numa mulher', diz vocalista do Sorriso Maroto

Pontualidade não costuma ser uma virtude dos artistas em geral. Mas, como toda regra tem sua exceção, Bruno Cardoso, vocalista do Sorriso Maroto, provou que honra seus compromissos e não atrasa nunca. Da mesma forma que inicia seus shows sempre no horário marcado, ele recebeu a coluna pontualmente às 13h da última terça-feira, antes do início da gravação do programa 'Samba de Primeira', com Jorge Perlingeiro.

Numa entrevista que mais parecia um bate-papo entre amigos, Bruno, de 31 anos, falou sobre o sucesso de 'Assim Você Mata o Papai', que é tema de Leleco (Marcos Caruso) em 'Avenida Brasil'. O cantor assume que virou noveleiro e conta que não liga para o rótulo de galã. "Pra falar a verdade, não sei nem chegar em uma mulher. Sou tímido", avisa o pagodeiro, que está solteiro.

Como 'Assim Você Mata o Papai' entrou em 'Avenida Brasil'?
Essa música já tinha sido gravada e estava tocando bem nas rádios. Aí, recebemos um convite através da gravadora Som Livre, dizendo que a novela ia ter um núcleo com músicas de samba. Nós mandamos e ela caiu no gosto da galera. A canção foi escolhida para ser o tema do Leleco (Marcos Caruso) e virou paixão nacional.

Essa música foi composta por um amigo que joga futebol com você?
Exatamente! Nicco Andrade é um amigo e compositor. Só que ninguém nunca havia gravado uma música dele. Em uma conversa, eu disse que queria uma canção tendo o futebol como tema e ele entendeu muito bem a ideia.

Em 15 anos de carreira, esta é a primeira vez que vocês têm uma música em uma novela da Globo. Qual é a sensação?
Inexplicável. Eu levo um susto diariamente quando estou vendo a novela. Porque, além da música, a frase "assim você mata o papai" entra nas cenas do Leleco, só que com a minha voz. Às vezes, eu estou jantando e escuto a minha voz na novela. Eu não estou preparado! Me assusto e a minha mãe ri. Estamos vivendo um sonho.

O fato de ter uma música na novela aumenta o número de shows?
Aumenta. Não dobra a quantidade de shows, mas aumenta. Fazíamos 20 shows por mês e agora pulamos para 25. O cachê também aumenta (risos).

O que é capaz de matar o papai?
Um monte de coisas! Uma delas é essa fase que estamos vivendo agora. Ela está matando o papai de alegria (risos). Nós já passamos por muitas dificuldades. Já tocamos em troca de uma pizza e um refrigerante. (Hoje, o cachê do grupo gira em torno de R$ 150 mil).

O que ficou da época em que vocês tocavam em troca de uma pizza e um refrigerante?
A amizade, a pizza e o refrigerante! (risos).

Você virou noveleiro depois que a música entrou na novela?
Virei. 'Avenida Brasil' é uma novela bacana, intensa. Vejo no hotel e, quando perco um capítulo, procuro na Internet. Quero saber tudo o que acontece com o Leleco. Até porque as pessoas perguntam sobre a novela. Querem saber o que vai acontecer com o personagem. Eu explico que não tenho os capítulos e não sei o que vai rolar. Tem que ver pra saber.

Existe uma outra música do Sorriso estourada nas rádios, a 'Se Eu Te Pego, Eu Te Envergo'...
Começou a tocar nas rádios há um mês e está sendo bem executada, graças a Deus.

A letra é bem sugestiva... As cantadas aumentaram?
Aumentaram muito (risos). Os pagodeiros têm essa fama de mulherengos. Mas as pessoas não veem que um monte de gente vai para as micaretas e pega seis, sete, oito meninas em uma noite. Acho normal. Cada um tem uma maneira de agir. Não saio atirando para todos os lados. Prefiro estar com alguém ao meu lado o tempo todo, companheira mesmo.

Você é mesmo um solteiro convicto?
Não sou solteiro. Nem convicto (risos).
Então um dia você vai casar e ter filhos?
Claro! Já estou com 31 anos e, de vez em quando, minha mãe me cobra. Confesso que começo a me preocupar. Tenho que admitir que meu projeto inicial já falhou...

Qual era esse projeto?
Queria estar casado e com filhos aos 25 anos. Mas ainda está em tempo (risos).

O que uma mulher tem que ter para te conquistar?
Tem que ser verdadeira, simples e batalhadora. Gosto de mulheres que correm atrás das suas ambições.

Já ficou com fã?
Tive uma experiência traumática com uma fã. Eu marquei um encontro com ela. No horário estabelecido, passei na sua casa. Quando ela entrou no carro, começou a chorar e a tremer sem parar. Dizia que não acreditava que estava comigo. Foi o tempo todo assim. Dei a volta no quarteirão e deixei a menina em casa de novo.

Você já recebeu cantadas de homens?
Já. Às vezes eu passo e escuto de um cara: "Assim você mata o papai". Eu levo tudo numa boa. Não é a minha praia, mas eu não vim nesse mundo para dividir e sim para agregar.

Qual foi a maior loucura que uma fã fez por você?
Tatuagem. Já vi meninas com meu rosto tatuado, meu autógrafo... Eu não aprovo. Se perguntassem a minha opinião, falaria para não fazer. Mas ao mesmo tempo eu entendo quem faz e até curto. Só que eu acho que a gente pode gostar de alguém e andar com uma foto dessa pessoa dentro da bolsa ou andar com um autógrafo no bolso...

Ser o galã do grupo te fascina?
Nem um pouco. Não tenho essa postura de galã. Pra falar a verdade, não sei nem chegar em uma mulher. Sou tímido.

Já pensou em seguir carreira solo?
Nunca. Sempre penso no grupo, em estar com todos do Sorriso.

Qual é o seu sonho de consumo?
Conseguir fazer uma obra para ampliar a casa onde estou morando, na Barra. Eu moro mais ou menos sozinho (risos). É que minha mãe passa um tempo comigo.